Artigo

Na edição suíça da Marie Claire, Renata Koglin, arquiteta de interiores e fundadora da RK Interiors, assina um artigo sobre como os espaços de trabalho foram transformados pelo avanço do teletrabalho. Especialista em neuroarquitetura e design biofílico, ela traz uma reflexão essencial: o escritório em casa não é apenas uma mesa para apoiar o computador, mas um ambiente que influencia diretamente nossa energia, emoções e bem-estar.

O espaço como reflexo da identidade

Renata parte de uma constatação simples: depois de meses vivendo, trabalhando e até estudando dentro das mesmas paredes, começamos a questionar nossos interiores. “Quem sou eu neste espaço e o que ele diz sobre mim?”, ela provoca. Assim, mesmo um canto pequeno pode se tornar um ponto de ancoragem, desde que seja pensado com intenção. Uma cadeira orientada de outra forma, uma prateleira discreta ou um objeto inspirador já bastam para criar uma fronteira invisível entre trabalho e descanso.

A luz como guia essencial

A luz natural está no centro de sua abordagem. Ela atua como um guia silencioso que molda nosso humor e nossa concentração. Renata recomenda posicionar a mesa de trabalho próxima a uma janela, deixar que o ciclo do dia organize o ritmo e, quando necessário, complementar com uma iluminação suave ou até uma vela. Mais que decoração, trata-se de um ritual de luz que estrutura a rotina e estimula a motivação.

Criar uma bolha sonora pessoal

O silêncio absoluto em casa é raro. Mas o som pode se tornar um aliado quando escolhido com cuidado. Uma playlist calma, notas de piano ou o som do vento e do mar ajudam a criar um cocoon auditivo que reduz o estresse. Do ponto de vista prático, Renata ressalta a importância dos têxteis: um tapete, cortinas ou painéis de tecido suavizam a acústica e ajudam a manter o foco.

Um escritório que nutre a mente

Para Renata, o escritório não deve ser reduzido à sua função utilitária. Ele também pode nutrir a criatividade e o autocuidado. Um caderno agradável ao toque, uma fotografia que evoque boas memórias ou uma caneta favorita são detalhes que elevam a concentração e tornam a rotina mais prazerosa. Como ela mesma afirma: “Criar um ambiente bonito e cheio de significado também é uma forma de cuidar de si mesmo.”

A importância de um ritual de encerramento

Em casa, o dia de trabalho já não termina naturalmente com um “até amanhã”. Por isso, Renata enfatiza a necessidade de criar um ritual de encerramento. Guardar os materiais, apagar uma luminária ou ouvir uma música familiar são pequenos gestos que marcam a transição e preservam a energia para o restante do dia.

Uma visão holística de design

Ao longo do artigo, fica clara a filosofia de Renata: cada interior deve refletir a personalidade de seus moradores e, ao mesmo tempo, melhorar sua qualidade de vida. Com a neuroarquitetura e o design biofílico, ela une ciência, emoção e estética para criar espaços não apenas funcionais, mas também restauradores e inspiradores.

“O teletrabalho não muda apenas de onde trabalhamos, mas também quem nos tornamos nesse espaço. Criar um escritório que reflita quem somos é reencontrar um lugar de equilíbrio, beleza e bem-estar.”

Com essa publicação na Marie Claire, Renata Koglin reafirma seu papel de pioneira na Suíça, mostrando como o design pode ser um verdadeiro instrumento de transformação, bem-estar e criatividade.